terça-feira, 31 de julho de 2012

AFRICANOS NA AMÉRICA ANTES DE COLOMBO

A SAGA DO REI ABUBAKARI II - AFRICANOS NA AMÉRICA ANTES DE COLOMBO


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Imagem que simboliza a presença de africanos na América 500 anos antes dos Europeus

 

"As civilizações negras foram as primeiras civilizações do mundo. O desenvolvimento da Europa esteve na retaguarda, pela última idade do Gelo, um assunto de uns cem mil anos"
Cheik Anta Diop

Os povos africanos migraram para civilizar o planeta antes que os habitantes da Europa estivessem em estágios de desenvolvimento científico. Da África, as populações humanas aprenderam a dar os primeiros passos civilizatórios e científicos.
Contudo, com o regime de escravidão os africanos e seus descendentes na América foram privados de importantes conhecimentos ancestrais, ao passo que conhecimentos pedagogias racistas baseadas na ausência da ancestralidade, na negação do nosso passado em África e no aprendizado forçado da história e ideologias européias, foram impostos como únicas e verdadeiras.
Nas escolas, ensina-se que a nossa história começa com o maldito tráfico negreiro. Somos adjetivados somente como descendentes de escravizados. Omite-se, ainda, a relatar que nossos ancestrais foram prisioneiros de guerra e covardemente seqüestrados com o apoio de duas grandes religiões o cristianismo e o islamismo.
É de suma importância que esta pedagogia seja reelaborada, e a história apresentada anterior às guerras dos invasores europeus em África.
Nessas importantes reelaborações da história mundial, antes da influência da pedagogia eurocêntrica, diversas mentiras, tidas como verdades, estão sendo desmitificadas. O historiador e dramaturgo Mali Gaoussou Diawara tem organizados diversos trabalhos que propiciam essa releitura.
Mali Gaossou Diawara, natural do Mali, nasceu em clip_image001

Ouelessebougou, a 80 km ao sul de Bamako, estudou o ensino primário e secundário no Mali, jornalismo e letras na extinta União Soviética e também o seu doutoramento (Ph. D) (Especialidade em Dramaturgia). Ele é o autor de trabalhos premiados, várias peças teatrais são apresentadas e estudaras em escolas e universidades, no Mali. Diawara é um Cavaleiro da Ordem Nacional do Mérito da França, Cavaleiro da Ordem Nacional do Mérito do Mali, vencedor do Prêmio UNESCO para a poesia e prêmio drama Cross-Africano.
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Diawara afirma em seus escritos que os africanos “descobriram” a América quase dois séculos antes do desembarque fatídico do judeu Cristóvão Colombo. Em suas pesquisas, têm informado e explicado que o silêncio dos griots, os maiores historiadores da história oral africana, tem-se quebrado, paulatinamente, no intuito de divulgar a história de Abubukari II e sua saga pelo Oceano Atlântico.

clip_image003Griots do Mali

Até então, a fascinante história de Abubakari II tem permanecido resguardada e esquecida, por ele ter renunciado ao trono do Império de Mali.
Seu sucessor, Kankan Mansa Musa, o décimo imperador Mansa, ou imperador do Mali durante seu auge no século XIV, entre os anos de 1312-1337, tornou-se famoso por ser um dos grandes benfeitores do conhecimento em Timbuktu. clip_image004Mansa Musa no game Civilization
Durante o período do reinado de Mansa Musa, houve um crescimento do nível de vida urbana nos grandes centros do Mali, especialmente em comparação com o relativo atraso da Europa. Musa fez do Mali um dos principais centros mundiais de conhecimento, estrutura urbana e riquezas.
Mansa Musa também ficou conhecido por sua peregrinação a Meca, onde constituiu uma caravana com mais de seis mil pessoas, incluindo mais de cem camelos carregados com mais de 300 kg de ouro cada.
Ao contrário de Mansa, Abubakari II possuía uma sede insaciável por conhecimento. Diawara o descreve como um monarca Africano que abdicou do trono em 1311 e partiu para descobrir se o Oceano Atlântico, era grande como o grande rio Níger. A meta do imperador malinês era descobrir se o oceano Atlântico tinha outra margem - como tinha o rio Níger, que cortava os seus domínios.
A saga de Abubakari II não foi aceita por seus conselheiros, que instruíram aos griots que não relatassem sobre esta grande proeza. Contudo, as pesquisas de Diawara têm trazido à tona uma riqueza de informações sobre grande parte da história do império de Mali, que foi deliberadamente ignorado pelos griots,clip_image005 tornando-se mais uma das provas incontestes do desenvolvimento cientifico africano.
Pesquisadores afirmam que a frota de Abubakari II era formada de 2.000 barcos carregados com homens, mulheres, alimentos para o gado e água potável, partindo do que é a costa de Gâmbia atual. O imperador Abubakari II deu-se todo o poder do ouro que possuía, em buscar o conhecimento e descoberta no Grande mar além do rio Níger, nunca mais voltando a sua terra natal e provavelmente se estabelecido com o seu povo nas Américas.
Abubakari II, também era conhececido como Mande Bukari, vivia próximo da mais completa universidade do mundo, a época, na cidade de TIMBIKUTU, sede da Universidade de Sankoré.

 

 

 

 

clip_image006Timbikutu

De acordo com Mark Hyman, autor do livro - Blacks Before America-, Abubakari II estava interessado em histórias de estudiosos de um "mundo em forma de cabaça, o grande oceano a oeste e o novo mundo para além desse. Hyman afirma que os maleses entrevistaram navegadores e construtores do Egito e de cidades do Mediterrâneo, decidindo construir seus próprios navios na costa da Senegâmbia. Os preparativos para a viagem incluiu carpinteiros, ferreiros, navegadores, mercadores, artesãos, joalheiros, tecelões, mágicos, adivinhos, pensadores e o militares, e que todos os navios puxaram uma fonte de barco com os alimentos clip_image007por dois anos, carne seca, grãos, frutas em conserva em potes de cerâmica, e de ouro para o comércio.
Diawara realiza em seu livro, Abubakari II, Explorador Mandingo (tradução livre de Abubakari II, Explorateur Mandingue), a síntese de mais de vinte anos de pesquisa sobre o imperador, que em 1312 renunciou voluntariamente ao poder de vasto império no Oeste Africano.
As pesquisas de Diawara, embasadas em provas arqueológicas, lingüísticas e na tradição oral dos griots, comprovam, mais uma vez, a presença Africana nas Américas antes da chegada dos invasores europeus.
Segundo Tiemoko Konate, um dos pesquisadores que trabalham com Diawara, a frota de Abubakari teria ancorado na costa do Brasil, no local hoje conhecido como a cidade do Recife, in verbis:
“Seu outro nome é Purnanbuco, o que acreditamos é que é uma aberração do Mande para os campos do rico ouro que representavam grande parte da riqueza do Império Mali, Boure Bambouk.”
Konate também cita testes, semelhantes aos descritos por Ivan Van Sertima, mostrando que as pontas de lanças de ouro encontradas por Colombo nas Américas, foram forjadas de ouro originalmente de Guiné no Oeste Africano.
Van Sertima descreveu como, de acordo com os próprios escritos de Colombo, as pessoas que viviam na ilha de Hispaniola (mais tarde, Haiti e República Dominicana) eram negras, corroborando com os estudos de Diawara, verbis:
"as pessoas de pele negra tinham vindo do comércio sul e sudeste em ouro lanças feitas de metal. Colombo enviou amostras destas lanças de volta à Espanha para ser testado, e foram considerados idênticos em suas proporções de ligas de ouro, prata e cobre, lanças, em seguida, sendo forjado no Africano da Guiné. Fernando, filho de Colombo, disse que seu pai havia lhe dito que tinha visto pessoas negras norte do que hoje é Honduras.”
Van Sertima, em seu trabalho mais famoso: They Came Before Columbus, dividiu a presença africana nas Américas em distintos períodos históricos, a saber:
Primeiro, entre 1200 e 800 a.C, quando os núbios e os egípcios chegaram ao Golfo do México e trouxeram a escrita e a construção de pirâmides.
Segundo, em 1310 d.C, quando a civilização mandinga se estabeleceu no México, Panamá, Equador, Colômbia, Peru e diversas ilhas do Caribe.

clip_image008Comparação entre núbios e monumento dos Olmecas no México

Nesse sentido, alguns pesquisadores acreditam que a população Garifuna da América Central é descendente da expedição de Abubakari II.

clip_image009Garifunas da América Central

As pesquisas afrocêntricas têm derrubados mitos, mentiras e desvirtuações da história da humanidade realizadas por estudiosos ocidentais e suas academias serviçais da manutenção da supremacia européia. Contudo, diante das incontestes provas arqueológicas e históricas evitam o debate e ficam enfezados (em fezes) quando os cientistas afrocêntricos descrevem os fatos livres da manipulação supremacistas europeus.

 

Autor Kefing Foluke.

http://cnncba.blogspot.com.br/2010/11/saga-do-rei-abubakari-ii-africanos-na.html

Libertação dos indíos brasileiros 31 de julho 1.609

 
Colagem Libertação
 
Fatos históricos do dia 31 de julho

Índios Brasileiros
Em 31 de julho de 1609, os indígenas brasileiros são libertados. Quando os portugueses chegaram, havia mais de 2 milhões de índios somente no litoral da Bahia. Os povos eram divididos em troncos lingüísticos, dos quais se destacavam os Jês, os Nu aruak, os Karibi e os Tupis. A maioria dos índios era chamdada de tupi.
A Escravidão indígena no Brasil
Antes de entendermos o Brasil, temos que entender a história da escravidão no Brasil:
Antes da chegada dos portugueses a escravatura não era praticada no Brasil. Há grande dificuldade em se analisar a sociedade e os costumes indígenas devido à diferença entre a nossa cultura e a dos índios, e ainda hoje existem fortes preconceitos em torno da temática, sem contar a falta de dados, da diversidade de documentos escritos e da dificuldade de se obtê-los. Os europeus, quando aqui chegaram, encontraram uma população bastante parecida em termos culturais e lingüísticos. Esses indígenas se encontravam espalhados pela costa e pelas bacias dos rios Paraná e Paraguai. Não obstante a semelhança de cultura e língua, podemos distinguir os indígenas em dois grandes blocos: os tupis-guaranis e os tapuias. Os tupis-guaranis se localizavam numa extensão que vai do litoral do Ceará até o Rio Grande do Sul. Os tupis ou tupinambás dominavam a faixa litorânea do norte até a Cananéia, no sul do atual Estado de São Paulo; os guaranis, na bacia do Paraná-Paraguai e no trecho do litoral entre Cananéia e extremo sul do Brasil de anos mais tarde.
Em alguns pontos do litoral, outros grupos menores dominavam. Era o caso dos goitacazes, na foz do rio Paraíba, e pelos aymorés no sul da Bahia e norte do Espírito Santo ou ainda pelos tremembés no litoral entre o Ceará e o Maranhão. Esses outros grupos eram chamados de tapuias pelos tupis-guaranis, pois falavam outra língua.
Entre as tribos indígenas, além das atividades como a caça, a coleta de frutas, a pesca e, é claro, a agricultura, havia também guerras e capturas de inimigos. Para a agricultura usavam a terra até seu esgotamento relativo. Depois se mudavam definitiva ou permanentemente para outras áreas. A derrubada de árvores e as queimadas eram um modo costumeiro de preparar a terra para a lavoura e essa técnica foi incorporada mais tarde pelos colonizadores. Plantavam feijão, milho, abóbora e especialmente mandioca da qual faziam a farinha, que se tornou um alimento básico no Brasil a partir do período colonial.
divulgação


 
 


As barreiras à escravização dos índios datam do início da colonização, 1530, mas o cativeiro indígena foi mais tenazmente combatido somente com a chegada dos jesuítas, em 1549, e a implantação do processo de aldeamento. Neste combate, os jesuítas contaram com o apoio da Coroa. O Padre Antônio Vieira foi figura essencial para a implantação da lei de libertação dos indígenas. Em 31 de julho de 1609, os indígenas do Brasilsão libertados.
Na caravela em que não embarcara Vieira, haviam chegado antes dele ao Maranhão não apenas os padres dos quais ele seria o provincial, mas também um novo capitão-mor que trazia carta do rei alforriando todos os índios da província. Por falta de escravos negros, eram os índios os escravizados para os trabalho nas fazendas e na cidade. Aguardou-se a chegada de Vieira para a publicação da lei. O povo afluiu à Câmara em protesto. A libertação dos índios causaria a perda econômica que seria fatal para a província. Atribuíram aos jesuítas haverem conseguido aquela lei dada pelo monarca e se indignaram contra os padres, clamando expulsão e mesmo morte, para Vieira e seus companheiros.
Vieira habilmente encontrou a solução que apaziguou momentaneamente os ânimos. Propôs que aqueles índios que eram legalmente escravos fossem assim mantidos, mas aqueles mantidos ilegalmente em cativeiro fossem daí por diante pagos como trabalhadores livres. Como os colonos não tinham propósito algum de pagar, aceitaram satisfeitos a solução e voltaram com seus índios para suas fazendas, onde a situação dos silvícolas continuou a mesma.
A questão dos índios não chegava por nenhum dos lados a solução aceitável: nem os colonos desistiam do sistema de escravidão que tinham instituído; nem os jesuítas deixavam o propósito de lhes subtrair, ou pelo menos limitar, o domínio sobre os silvícolas cristianizados.
Achando-se os jesuítas acuados e limitados pelo poder dos fazendeiros, Vieira decidiu com seus companheiros que iria a Portugal tratar as questões com o rei. Em sua breve visita a Portugal,de 1654 a 1655, ele obteve decretos protegendo os índios da escravidão e um monopólio para os jesuítas na proteção dos índios.
Fonte: IBGE ; Cobra pages