Roma Antiga é a civilização na península Itálica durante o século VIII a.C. a partir da cidade de Roma. Nos doze séculos de existência, a civilização romana transitou da Monarquia para uma República Oligárquica até se tornar num vasto Império que dominou a Europa Ocidental e ao redor de todo o mar Mediterrâneo através da conquista e assimilação cultural.
Vários fatores sócio-políticos causou o seu declínio, e o império foi dividido em dois. A metade ocidental, onde estavam incluídas a Hispânia, a Gália e a Itália, entrou em colapso definitivo no século V e deu origem a vários reinos independentes; a metade oriental, governada a partir de Constantinopla passou a ser referida, pelos historiadores modernos, como Império Bizantino a partir de 476 d.C., data tradicional da queda de Roma e aproveitada para demarcar o início da Idade Média.
1. LOCALIZAÇÃO: Península Itálica.
2. Modo de Produção Escravista.
3. TEORIAS DE FORMAÇÃO:
Teoria Mitológica: lenda de Rômulo e Remo.
O Mito da fundação de Roma
Lenda: Roma foi fundada no ano 753 a.C. por Rômulo e Remo, filhos gêmeos do deus Marte e da mortal Rea Sílvia. Ao nascer, os dois irmãos foram abandonados junto ao rio Tibre e salvos por uma loba, que os amamentou e os protegeu. Por fim, um pastor os recolheu e lhes deu os nomes de Rômulo e Remo. Depois de matar Remo numa discussão, Rômulo deu seu nome à cidade. A história, por sua vez, nos diz que algumas tribos de origem sabina e latina estabeleceram um povoado no monte Capitolino, junto ao rio Tibre.
OBRA: Eneida (Virgílio).
Teoria Histórica: Fusão de povos:
- Lígures e Sículos (autóctones);
- Italiotas (indo-europeus);
- Etruscos (norte/centro): militarismo.
- Latinos (centro): língua.
- Gregos (sul / 2ª Diáspora): mitologia.
4. ETAPAS HISTÓRICAS:
4.1. MONARQUIA: 753 a.C. – 509 a.C.
Período lendário, Roma foi governada por sete reis que tinham poder absoluto. O Senado, formado por chefes de família, os aconselhava. Por volta de 575 a.C., os reis etruscos dominaram Roma e influenciaram decisivamente o início da civilização romana. Ditaram leis prudentes em favor do artesanato e do comércio, com os quais Roma adquiriu grande importância. Aos poucos, porém, esses reis deram lugar a outros monarcas, violentos e tirânicos, que desprezavam as opiniões do Senado.
· Domínio Etrusco 7 reis lendários.
- · Falta de fontes escritas = história baseada em mitos.
- · Origem: genos/Paters.
- · Crescimento demográfico = escassez de terras = Propriedade Privada.
- Sociedade: Censitária.
- Patrícios: latifundiários.
- Plebeus: “homens livres”, artesãos e pequenos proprietários.
- Clientes: “agregados” dos Patrícios.
- Escravos: nº reduzido.
· 509 a.C.: Revolta Patrícia:
· Patrícios + Clientes + Plebeus X Etruscos.· Causa: tentativa etrusca de confisco das terras patrícias.
· Resultado: Vitória patrícia
· FIM DA MONARQUIA.
4.2. REPÚBLICA: 509 a.C. – 27 a.C.
Sociedade
Patrícios e plebeus
- Os cidadãos livres se dividiam em patrícios e plebeus.
- Patrícios eram os descendentes das famílias dos antigos chefes tribais. No início da República, eles constituíam a classe dirigente.
- Plebeus não tinham linhagem aristocrática e não possuíam direitos políticos.
- No século III a.C., após as guerras, surgiram novas camadas sociais: cavaleiros ou homens novos (plebeus enriquecidos no comércio) e clientes (dependentes dos patrícios). A partir daí, a organização social já não se estabelecia em função do nascimento, mas sim da riqueza.
As famílias patrícias que formavam o Senado, temerosas de perder seu poder diante da tirania dos reis, os expulsaram e proclamaram a República. Esta se baseava em três órgãos: o Senado, os magistrados e as Assembléias, simbolizados pela conhecida sigla S.P.Q.R. (Senatus Populusque Romanus, ou seja, "Senado e povo romano").
O trabalho dos escravos
Com as guerras de expansão, os escravos em Roma eram muito numerosos. Não eram considerados seres humanos, mas sim propriedades e, portanto, eram explorados e vendidos como mercadorias. Seu trabalho, no artesanato e na agricultura, era decisivo para a produção de bens necessários para a sociedade. Podiam comprar a sua liberdade ou então serem libertados pelo proprietário. A partir do século II a.C., sucederam-se diversas rebeliões de escravos, como a comandada por Espártaco.
O exército romano
Centurião 70 a.C.
- O Império Romano dependia de um exército forte e bem organizado, que realizava as campanhas de expansão e defendia as fronteiras.
- Os legionários eram à base do exército romano; a maioria deles eram voluntários.
- Para entrar no exército era imprescindível ser cidadão romano. O exército estruturava-se em legiões de seis mil soldados, cada uma dividida em dez cortes.
- Religião romana formada combinando diversos cultos e várias influências. Crenças etruscas, gregas e orientais foram incorporadas aos costumes tradicionais para adaptá-los às novas necessidades do povo.
- O Estado romano propagava uma religião oficial que prestava culto aos grandes deuses de origem grega, porém com nomes latinos, como por exemplo, Júpiter, pai dos deuses; Marte, deus da guerra, ou Minerva, deusa da arte. Em honra desses deuses eram realizadas festas, jogos e outras cerimônias.
- Os cidadãos, por sua vez, buscavam proteção nos espíritos domésticos, chamados lares, a quem rendiam culto dentro de casa. O Edito de Milão de Constantino estabeleceu a liberdade de culto aos cristãos, encerrando as violentas perseguições. No século IV d.C., o cristianismo tornou-se a religião oficial, por determinação do imperador Teodósio.
- No século I a.C., Roma passou por uma transformação espetacular, tornando-se uma cidade repleta de confortos, com casas comerciais, jardins e edifícios monumentais.
- Construíram-se numerosas residências e locais de diversão – como o Coliseu –
- Feitas grandes melhorias no sistema de esgotos e nos aquedutos da cidade.
A arte romana
- Inspirada no modelo grego, a arte romana incorporou as formas e as técnicas de outras culturas do Mediterrâneo.
Roma destacou-se na arquitetura com grandes edifícios privados e públicos. - Privados, incluem-se as casas e as residências coletivas.
- Públicos dividem-se em religiosos (templos), administrativos e comerciais (basílicas) e lúdicos (teatro, anfiteatro e circo).
- O espírito prático de Roma reflete-se no urbanismo e nas grandes obras de engenharia, como estradas e aquedutos.
REPÚBLICA: 509 a.C. – 27 a.C.
- Definição: res + publicus: “coisa do povo”
- Estado: bem público.
- Função: bem comum.
- Ruptura com a estrutura monárquica (Estado = Rei).
- Estrutura administrativa do aparato estatal.
- Não é democrático (participação censitária).
- Principal Característica: Lutas sociais (Patrícios X Plebeus).
- Questão Agrária.
494 a.C.: Greve geral dos Plebeus (Monte Sagrado).
490/471 a.C.: Criação dos Tribunos da Plebe.
- 10 plebeus.
- Poder de veto sobre o senado.
- Criação da Lei das XII Tábuas.
- Fim da proibição de casamento entre patrícios e plebeus.
- Divisão das terras conquistas entre os plebeus.
- Exigência de um cônsul plebeu.
284 a.C.: Lei Hortênsia:
- Os plebiscitos passam a ter poder de lei.
Solução: expansão militar.
Guerras = prisioneiros de guerra = escravos (bárbaros).
PROJETO: Mare Nostrum (conquista do Mar Mediterrâneo).
· 264-164 a.C.: Guerras Púnicas: Roma X Cartago.
- Três guerras.
- Vitória romana.
· Conseqüências:
- Expansão territorial: latifúndios (Patrícios/Generais = donos de terras).
- Aumento do Escravismo: Êxodo rural.
- Colonialismo: abastecimento e controle da inflação.
- Empobrecimento dos plebeus.
131-132 a.C.: Tibério Graco: autor da Lei Agrária.
- Divisão do Ager Publicus (terras conquistadas/fronteiras)
- Limite de terras: 310 hectares.
- OBJETIVO: reduzir a pobreza e ocupar as fronteiras (proteção).
- Descontentamento de patrícios e generais.
- Assassinato de Tibério.
123-121 a.C.: Caio Graco:
- Recoloca em votação a Lei agrária.
- Cria a Lei Frumentária:
- Subsídio estatal ao preço do trigo.
- OBJETIVO: reduzir o preço do pão.
- Oposição: patrícios e generais.
- Caio se suicida após um golpe de estado fracassado.
- Descontentamento com a falta de terras e direitos políticos por parte dos plebeus.
- Partido Aristocrático X Partido Popular.
- Guerra Civil / Instabilidade social.
110-79 a.C.: Ditadura.
Objetivo: controlar as revoltas plebéias.- Ditadores: generais que aproveitam o contexto de instabilidade social para permanecerem no poder além do tempo permitido pela Ditadura (seis meses).
1º Ditador: General Mário (110-86 a.C.):
- Retira o poder do Senado.
- Abertura do exército aos plebeus (profissionalização do exército).
- Criação do soldo: pagamento de salarium para os soldados por parte dos generais.
- Aposentadoria militar: terras aos soldados que cumprissem 25 anos de serviço.
- Vínculo: generais + soldados (plebeus).
- Manteve o poder pela violência falece em 86 a.C.
2º Ditador: General Sila (82-79 a.C.):
- Apoiado pelos patrícios.
- Persegue os seguidores de Mário.
- Conservador, restaurou o poder ao Senado.
- 79 a.C.: aposentadoria de Sila = fim da ditadura.
73-71 a.C.: Revolta dos Escravos.
- Líder: Spartacus.
- Exército: controla a revolta através do comando do General Crasso.
- Resultado: fortalecimento do exército e da posição de comando dos generais sobre a República.
70 a.C.: Eleição de dois generais para os cargos de Cônsules:
- Crasso
- Pompeu (controlou a revolta de Sertório).
69 a.C.: Revolta patrícia de Catilina: visava restaurar o poder do Senado.
Crasso e Pompeu: aliam-se a Júlio César, sobrinho e herdeiro do General Mário.OBJETIVO: ganhar apoio dos plebeus.
RESULTADO: criação do Triunvirato (três generais no poder).
60-31 a.C.: Triunviratos:
1º Triunvirato (60-49 a.C.):
- Júlio César (plebeus) + Pompeu (patrícios) + Crasso
54-49 a.C.: Júlio César X Pompeu.
Vitória de César (Batalha do rio Rubicão).
49-44 a.C.: Principado de César:
- Centralização do poder na figura de César.
- Títulos obtidos: Cônsul vitalício, 1º Cônsul, Ditador Perpétuo e Princeps (1º cidadão).
- Oposição dos patrícios: assassinato de César em 44 a.C.
2º Triunvirato (44-31 a.C.)
- Marco Antônio (plebeus) + Otávio (patrícios) + Lépido.
33-31 a.C.: Marco Antônio X Otávio.
- Questão do Egito: oposição do exército romano à aproximação de Marco Antônio com Cleópatra.
- RESULTADO: vitória de Otávio (Batalha de Actium).
Centralização de poderes nas mãos de Otávio.
Títulos obtidos:
- Princeps Senatus (1º senador);
- Tribuno da Plebe;
- Sumo Pontífice;
- Imperator (chefe supremo do exército)