sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O adeus do gigante Nelson Mandela

Nelson Mandela pediu há alguns anos para que na sua lápide apenas se escrevesse : "Aqui jaz um homem que fez o seu dever na Terra." A sua humildade cabe realmente numa frase gravada na última morada. Mas o seu exemplo de vida, esse, é incomensurável. Perdurará para a história muito mais tempo do que a sua lápide. Ontem morreu um homem cuja memória será eterna.

Camiseta Mandela (303x374)

Quando o Presidente Jacob Zuma veio anunciar ao mundo a morte do herói da luta contra o apartheid logo se sucederam as homenagens e os elogios de líderes mundiais e de tanta outra gente pelo mundo fora. Todos sabem o que significou para a evolução do mundo e das sociedades. A história dos homens registará um antes e um pós-Mandela. Algo que muito poucos conseguiram até hoje.

Nascido em Mvezo numa família de 13 irmãos de etnia xhosa, o primeiro presidente negro da África do Sul morreu aos 95 anos, após longos meses de luta contra a doença. Mas na memória de todos e para a história fica o homem que em 1990 saiu da prisão onde passara 27 anos (18 dos quais na temida Robben Island) de punho erguido. Enganou-se quem viu nesse gesto um desafio ao regime que o colocara atrás as grades. O antigo líder da ala armada do ANC deixara definitivamente para trás os tempos de violência e provou que o perdão também pode ser uma arma poderosa quando se procura alcançar a paz.

Empenhado em unir uma África do Sul dividida entre a minoria branca privilegiada e a larga maioria negra discriminada durante anos por um regime racista, quando chegou ao poder em 1994, nas primeiras eleições democráticas naquela que é hoje a maior economia de África e um gigante em termos de influência diplomática, não hesitou em recorrer ao seu engenho para acabar com as divisões. Até usou o râguebi, esse desporto de elites, através do qual conseguiu pôr todo um país a torcer pela vitória dos Springboks no campeonato do mundo organizado pela África do Sul em 1995.

Cumprido um mandato, Mandela voltou a mostrar porque é um dos políticos mais admirados em todo o mundo: decidiu deixar o poder. Um gesto ainda demasiado raro em África, mas que não tirou em nada a sua influência a "Madiba", o nome tribal que os sul-africanos usam com carinho para se referir ao seu primeiro presidente negro. Respeitado de forma quase unânime e globalmente, elogiado pela forma como soube unir a África do Sul, o Nobel da Paz 1993 (partilhado com Frederik de Klerk, o último presidente do apartheid) soube também revelar grandeza na sua vida pessoal. O homem que lançou as bases do que o arcebispo anglicano Desmond Tutu chamou a Nação Arco-Íris teve a seu lado, nestes últimos tempos de doença, toda a família.

Adorado pelo povo sul-africano, Mandela era visto como o cimento que mantinha a nação unida. Com a sua morte, surgem dúvidas sobre como vai ser o futuro de uma África do Sul onde a violência racial ainda não parece ter desaparecido totalmente, mas onde o exemplo conciliador de Mandela é um argumento tão forte que poucos ousam ignorar. Por agora, é tempo de o mundo chorar um grande homem, um exemplo tremendo para a humanidade. É tempo de dizer adeus a "Madiba", de dizer adeus a Mandela, um gigante e um herói.

Fonte Diário de Notícias PT

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A rota do escravo - a alma da resistência

 

A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, o  Ensino e a Cultura - é um orgâo que visa promover a educação e cultura pelo mundo. No Brasil, é um escritório nacional da região da América Latina. Seu principal objetivo é auxiliar a formulação e operacionalização de políticas públicas que estejam em sintonia com asestratégias acordadas entre os Estados Membros da UNESCO. Disponibiliza em seu canal no Youtube vários vídeos que contribuem para essa objetivo.

A seguir veja o vídeo: A rota do escravo - a alma da resistência. Produzido pela UNESCO

A rota do escravo - a alma da resistência síntese do tema escravidão, detalhando todos os caminhos que levaram a humanidade a cometer essa crime até a sua abolição em vários países, com foco na América Latina.

A história do comércio de seres humanos é contada através das vozes de escravos, mas também dos mestres e comerciantes de escravos.
Cada um conta sua experiência: da deportação de homens e mulheres para as plantações até o cotidiano do trabalho e os movimentos de abolição.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Dia internacional da Abolição da escravatura e…

Os novos escravos

Dia 2 de dezenbro

Hoje é o dia internacional que evoca a abolição da escravatura. Mas esta não pertence apenas ao passado. Por tradição, porque um dia contraíram uma dívida ou porque foram vendidos pelas famílias os escravos modernos estão condenados a uma existência que não lhes reconhece quaisquer direitos.Há alguns anos li „Gente Descartável” do sociólogo Kevin Bales. Trata-se de uma monografia sobre escravatura moderna. Conta histórias terríveis como a de Bilal, que vende água em Noualchott, a de Siri, vendida pelos pais e obrigada a aceitar 15 ou mais clientes por noite no bordel onde trabalha e as histórias dos meninos que trabalham em fábricas de fogo de artificio na Índia. Nessas fábricas a pólvora queima-lhes os dedos e as bolhas que se formam são rebentadas com carvão ou cigarros acesos para que as crianças não parem de trabalhar.

Alguns nunca viram uma casa,  nem uma cidade, nem o mar, nem um jardim. Dignidade, compaixão ou afecto são palavras desconhecidas nesse mapa de desumanidade.

Em pleno século XXI há ainda quase trinta milhões de pessoas condenadas a uma existência em que não lhe são concedidos quaisquer direitos. Abandonadas nos cantos mais inóspito do planeta : em África, na Ásia e, para nossa vergonha maior,  na Europa. Abominável.

Vozes de África

(…)

Qual Prometeu tu me amarraste um dia

Do deserto na rubra penedia — Infinito: galé! …

Por abutre — me deste o sol candente,

E a terra de Suez — foi a corrente

Que me ligaste ao pé…

O cavalo estafado do Beduíno

Sob a vergasta tomba ressupino

E morre no areal.

Minha garupa sangra, a dor poreja,

Quando o chicote do simoun dardeja

O teu braço eternal.

Castro Alves

Por Helena Ferro Gouveia

em Domadora de Camalões

 

domingo, 25 de agosto de 2013

Tráfico de Escravos e a Abolição UNESCO

Uma tragédia do passado que questiona o nosso presente

Devemos ensinar os nomes dos heróis dessa história, porque eles são os heróis de toda a humanidade. Ao homenagear anualmente, em 23 de agosto, as mulheres e os homens que lutaram contra essa opressão, a UNESCO busca encorajar a reflexão e o debate sobre uma tragédia que deixou sua marca no mundo assim como ele é hoje.

Algemas

Foto internet

Por meio de suas lutas, de sua aspiração por dignidade e liberdade, os escravos contribuíram para a universalização dos direitos humanos.

23 de agosto

Fotos de Conselho Nacional de Justiça (CNJ) · Página de Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Devemos ensinar os nomes dos heróis dessa história, porque eles são os heróis de toda a humanidade. Ao homenagear anualmente, em 23 de agosto, as mulheres e os homens que lutaram contra essa opressão, a UNESCO busca encorajar a reflexão e o debate sobre uma tragédia que deixou sua marca no mundo assim como ele é hoje.

Sob o Projeto A Rota do Escravo, a UNESCO visa a revelar a extensão e as consequências dessa tragédia humana e a retratar a riqueza das tradições culturais que povos africanos forjaram em meio a adversidades – na arte, na música, na dança e na cultura, em seu sentido mais amplo. Este ano, na véspera do vigésimo aniversário do Projeto A Rota do Escravo, designei, como um Artista da Paz da UNESCO, Marcus Miller, que terá a missão de promover o Projeto A Rota do Escravo da UNESCO e transmitir mensagem de respeito desse projeto por meio da música. Esse empenho contribuirá para os esforços para a Década dos Povos Afrodescendentes (2013-2022), proclamada pelas Nações Unidas em 2012.

O tráfico de escravos não é apenas algo do passado: é nossa história e tem moldado a face de muitas sociedades modernas, criando laços indissolúveis entre povos e continentes, e transformando, de forma irreversível, o destino, a economia e a cultura das nações. Estudar essa história equivale a homenagear os combatentes pela liberdade e reconhecer suas contribuições singulares para a afirmação dos direitos humanos universais. Eles estabeleceram um exemplo para continuarmos a luta pela liberdade, contra o preconceito racial herdado do passado e contra novas formas de escravidão que subsistem até hoje e afetam em torno de 21 milhões de pessoas.

Hoje, convido todos os governos, as organizações da sociedade civil e os parceiros privados a redobrar seus esforços para transmitir essa história. Que isso seja uma fonte de respeito e um chamamento universal em prol da liberdade para as futuras gerações.

Neste Dia de Comemoração, a UNESCO convida todos os povos a relembrar, refletir sobre as consequências do passado em nosso presente, sobre as novas exigências de viver-se em conjunto em nossas sociedades mutilculturais e sobre a luta contra as formas contemporâneas de escravidão, das quais milhões de seres humanos ainda são vítimas.

Irina Bokova

Mensagem de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional para Relembrar o Tráfico de Escravos e a Abolição, 23 de agosto 2013

domingo, 30 de junho de 2013

Como a Terra Fez o Homem

TV PAGA. Como a Terra Fez o Homem documentário  History Channel

DOCUMENTÁRIO MOSTRA O ‘PAPEL’ DA EVOLUÇÃO

Como a Terra fez o Homem

Por que as pessoas sentem arrepios, veem formas em nuvens ou acordam alarmadas, sem motivo aparente? Teses que justificam comportamentos como esses estão em Como a Terra Fez o Homem, documentário inédito com duas horas de duração que o History Channel exibiu neste sábado (29), às 21h.
A produção recorre a estudiosos de áreas diversas – como psicologia e
antropologia – para respaldar a ideia de que esses comportamentos teriam origem em fatos relacionados à luta pela sobrevivência há milhões de anos. E que essas respostas automáticas ou instintivas teriam surgido em condições muito específicas relacionadas à evolução do próprio planeta.
Assim, as pessoas veem formas humanas em objetos inanimados – como tomadas, frentes de carro etc. –, por exemplo, porque num passado remoto, teria sido necessário desenvolver essa habilidade para detectar rapidamente um predador na natureza.
O documentário traz informações, de fato, curiosas, embora nem sempre surpreendentes. Problema maior talvez seja a breve recapitulação das teses apresentadas a cada novo bloco, o que o torna meio cansativo. ‡
Serviço
O ‘PAPEL’ DA EVOLUÇÃO
O quê: estreia do documentário inédito Como a Terra Fez o Homem
Onde e quando: no History Channel

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O Apartheid na África do Sul

O ex-presidente Nelson Mandela foi o grande nome do fim do apartheid na África do Sul. Mas o que foi o apartheid? Sustentado pela ideia da supremacia branca, o apartheid foi um regime de segregação racial estabelecido após as eleições gerais de 1948, quando o Partido Nacional Reunido e o Partido Africâner venceram com a promessa de acentuar a separação entre brancos e negros - herança do período colonial de ocupação holandesa e britânica. As legendas formaram o Partido Nacional, que governaria o país até 1994, quando Mandela chegou à presidência.

Mandela antes da prisão

Mas até Madiba (apelido de Mandela) levar o seu partido, o Congresso Nacional Africano, ao poder a maioria negra da África do Sul viveu anos impossibilitada de uma cidadania plena.

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Segregação cotidiana Até 1950, o Partido Nacional já havia banido o casamento interracial e proibido sul-africanos brancos e negros de manterem relações sexuais. No entanto, as bases para o regime do apartheid -  separação em africâner - seriam instituídas naquele ano com a entrada em vigor da Lei de Registro Populacional, que obrigou os cidadãos a serem classificados entre quatro raças oficiais: bantu (africanos negros), mestiços, brancos e asiáticos (cidadãos de origem indiana e paquistanesa).

Os cidadãos não brancos acima de 18 anos eram obrigados a portar um cartão de identidade que os identificasse por raça para circularem em áreas restritas sob o risco de serem presos caso não o fizessem. Em seguida, uma nova lei estipulou que agrupamentos de pessoas não poderiam contar com múltiplas raças, o que levou a uma reconfiguração populacional baseado em deslocamentos forçados.

Além disso, leis agrárias deram à minoria branca - em torno de 20% da população da época - cerca de 80% das terras do país, além de quase a totalidade das terras férteis e dos recursos naturais. Foram banidas as principais organizações de negros, com o partido Congresso Nacional Africano (CNA) e múltiplos sindicatos, bem como a participação eleitoral dos bantus. Ou seja, os negros sul-africanos não tinham direito de votar, muito menos de se candidatar.

Os serviços públicos foram divididos entre cada uma das raças, o que levou os brancos a terem educação e saúde de primeiro mundo e o restante da população a serviços precários. Como resultado dessas e de outras restrições, o contato entre as raças se limitou ao mínimo necessário e, na prática, somente os trabalhadores negros tinham contato com seus patrões brancos.

Pátrias bantus
O segregacionismo ainda viria a ser intensificado durante em 1959, no governo do primeiro-ministro Hendrik Verwoerd, com sua política de desenvolvimento separado e o ato de autogoverno, que criou dez pátrias independentes para os bantus, que ficariam conhecidos como bantustões. 

Africa do Bantustões 

Todos os negros sul-africanos foram designados como cidadãos de uma dessas áreas. O sistema supostamente dava aos negros totais direitos políticos em seus territórios, mas retiravam deles os direitos na África do Sul. No fundo, a iniciativa queria prevenir que os negros se unificassem em uma organização nacionalista. Com isso, mais de 3,5 milhões de pessoas foram removidas à força de suas casas e transferidas para suas novas pátrias.

Em 1976, crianças negras de Soweto - reduto da maioria oprimida nos arredores de Johanesburgo - foram alvejadas com balas de borracha e gás lacrimogêneo quando protestavam contra o ensino da língua africâner. À repressão segiu-se uma onda de protestos e mais violência contra os negros, fato que atraiu críticas da comunidade internacional e, junto de uma crise financeira, ajudou a romper com a ilusão de que o apartheid trouxe paz e prosperidade para a nação.

Pressão internacional
No mesmo ano, o Conselho de Segurança das ONU impôs um embargo à venda de armas para a África do Sul. Em 1985, o Reino Unido e os Estados Unidos impuseram sanções econômicas ao país. A África do Sul também era impedida de participar dos maiores eventos esportivos mundiais, como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo de futebol, o que reforçava o isolacionismo do país.

No final de década de 1980, durante o governo de Pieter Botha, o Partido Nacional tentou reformar o regime, abolindo a proibição de casamentos interraciais e a obrigatoriedade dos negros de apresentarem permissões para circular no país.

As tímidas mudanças, no entanto, levaram Botha a renunciar em favor de Frederik de Klerk, que logo viria a repelir a Lei de Registro Populacional e grande parte do suporte legal do regime do apartheid. Em 2 de fevereiro de 1990, De Klerk anuncia que o fracasso do apartheid e põe fim às proibições dos partidos, incluindo o CNA. Nove dias mais tarde, Nelson Mandela deixava a prisão após 27 anos encarcerado.

Mandela e De Klerk

Mandela e De Klerk lideraram um período de negociações que enterrou as bases legais do sistema e para garantir uma transição pacífica do país. Uma nova Constituição entrou em vigor em 1994. As eleições do mesmo ano culminaram com a vitória de Nelson Mandela e a um governo de coalizão da maioria não branca, encerrando oficialmente o sistema do apartheid.

fontes: noticias.terra.com.mundo

         Mubi mubi.com

         http://multipolarfuture.com

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A Origem do homem

The Real Eve

Qual a razão de sermos diferentes um dos outros? No documentário ´A Origem do Homem´ entenderemos as respostas para essas e outras questões, utilizando as mais recentes pesquisas nos campos da genética e antropologia.Autor: Discovery Channel       

Duração: 1:31:03

 

 

 

 

 

 

 

 

Muitos cientistas acreditam que os primeiros seres humanos surgiram na África Oriental. Se isso for verdade, por que os humanos são encontrados em quase todos os lugares do mundo?

Qual foi a causa do grande êxodo desses seres humanos? Como conseguiram povoar quase toda a extensão da Terra? Como nossos corpos adaptaram-se com o passar do tempo ao meio ambiente? Descubra de onde viemos em A Origem do Homem.

Realizado pelo “Discovery Channel” e narrado por Danny Glover, o documentário “The Real Eve” conduz-nos por uma viagem no tempo até àquela que terá sido a grande mãe da humanidade - a “Eva genética” - da qual todos descendemos, e cuja origem remonta a África, há cerca de 200 mil anos.

Com um propósito simultaneamente didático e lúdico, o filme consegue responder à questão “Quem nós somos e de onde viemos?”, cruzando o conhecimento de áreas como a genética, a arqueologia e a paleontologia.

Fundamentando os resultados dos cientistas sobre a descoberta da “Verdadeira Eva”, o documentário aborda o conceito de ADN Mitocondrial, transmitido apenas de mãe para filhos, e utilizado para a pesquisa do início das linhagens do ser humano. Através dele, os investigadores conseguiram traçar a génese do homem moderno, assim como os padrões migratórios dos seus descendentes que se espalharam pelo mundo.

 

Discovery Channel - A origem do homem (The real Eve) Dublado

O filme desmistifica o próprio conceito de “Eva genética”, muitas vezes confundido com a personagem “Eva” relatada no livro do “Génesis” da “Bíblia”. Efetivamente, este termo não indica que a “Eva Mitocondrial” foi a primeira, ou talvez a única mulher existente na Terra, naquela altura. Significa antes que essa foi a única pessoa do sexo feminino capaz de deixar uma linhagem de descendência que chegou até aos dias de hoje, estando no topo da genealogia de todas as pessoas.

Num mundo onde existem vários conflitos étnicos e raciais, este é um documentário especialmente recomendável por demonstrar que, apesar das diferenças, todos estamos ligados pela mesma herança genética.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Revelando a presença Africana na Europa

Uma exposição ocorrida  no Museu de Arte Walters, em Baltimore, MD
de 14 de outubro de 2012,  à 21 de janeiro de 2013.
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Revelando a presença Africana na Europa renascentista, uma exposição sem precedentes, explora o mundo da arte renascentista na Europa para trazer à vida a presença Africana escondida em seu meio.

Durante o primeiro semestre de 1500, a África tornou-se um foco de atenção europeia, não ocorrendo desde o tempo do Império Romano. A sede europeia para novos mercados já em meados dos anos 1400 dirigiu os Portugueses (e, posteriormente, o Ingleses e Holandeses) para explorar a criação de novas rotas de comércio ao longo da costa oeste da África e, na virada do novo século, no Oceano Índico . Ao mesmo tempo, a expansão do Império Otomano, no Norte da África trouxe os turcos em conflito militar e político com os interesses europeus. Estes elementos, juntamente com a importação de africanos capturados como escravos, principalmente da África Ocidental, cada vez mais suplantando o comércio de escravos de origem eslava (povos indo-europeus Búlgaros, Macedônios, Montenegrinos, Russos, Sérvios), resultou em uma presença Africana crescente na Europa.

Annibale Carracci (atribuído) Serva Preta (fragmento de maior retrato), ca. 1580

Annibale Carracci (atribuído) Serva Preta (fragmento de maior retrato), 1580

A primeira metade da exposição de cerca de 75 obras explora o histórico circunstâncias, bem como as convenções de exotismo que constituíram o prisma da "África", através do qual os indivíduos foram inevitavelmente percebidos. No segundo semestre, a atenção se desloca para os indivíduos, com foco em retratos.

Jacopo da Pontormo. Retratro Maria Salviati de Medici and Giulia de Medici, 1539,The Walters Art Museum, Baltimore

Jacopo da Pontormo. Retratro de Maria Salviati de Medici e Giulia de Medici, 1539,The Walters Art Museum, Baltimore

Estas imagens frequentemente muito sensíveis sublinhado o papel da arte em trazer pessoas do passado para a vida. Enquanto alguns africanos jogado respeitados, papéis públicos, os nomes da maioria dos escravos e homens e mulheres libertos são perdidas. Reconhecendo os vestígios de sua existência é uma maneira de restaurar a sua identidade.

Alemão ou flamengo. Retrato homem negro rico, 1540  Antuérpia.

Alemão ou flamengo. Retrato de homem negro rico, 1540  Antuérpia.

Como servos, filhos mestiços, ou ricos a presença negra se fazia presente na Europa.

fonte Walters Art Museum in Baltimore

terça-feira, 7 de maio de 2013

Novos colonizadores da África?

Como ocorre uma relação de dependência? Num interessante artigo uma visão de um articulista russo.

A expansão econômica da China na África começou há muitos anos. Fornecendo dinheiro para o Continente africano, a China não só recebe acesso a seus recursos, mas também estende para lá a sua influência política. Ultimamente, esta situação começou a preocupar políticos não só no Ocidente, mas também na própria África.


Chineses são os novos colonizadores da África?

China, Africa, colonização

 

A expansão econômica da China na África começou há muitos anos. Fornecendo dinheiro para o Continente africano, a China não só recebe acesso a seus recursos, mas também estende para lá a sua influência política. Ultimamente, esta situação começou a preocupar políticos não só no Ocidente, mas também na própria África.

A China tem consistentemente reforçado a sua posição no continente. O comércio entre a China e África aumentou de aproximadamente 20 bilhões de dólares em 2000, até 200 bilhões em 2012. O volume de investimentos diretos da China na África no ano passado foi de 20 bilhões de dólares, e o número de empresas chinesas que operam no continente chegou a dois mil.

Ao mesmo tempo, Pequim de boa vontade dá empréstimos a países africanos sob condições favoráveis. Em troca disso ele obtém acesso aos recursos do Continente africano, e as empresas chinesas recebem contratos para grandes projetos de infraestrutura.

Esta situação comentou o diretor do Centro de estudos russo-chineses da Universidade Estatal de Moscou Evgueni Zaitsev:

“A China é um jogador-chave no continente Africano, ganhando poder e influência em comparação com os participantes tradicionais deste processo – refiro-me à União Europeia, a ex-União Soviética (hoje Rússia), e aos Estados Unidos. Em outras palavras, a China é um parceiro novo dos países africanos e do continente Africano em geral, um parceiro que se desenvolve rapidamente e que, penso eu, é mais dinâmico do que os restantes participantes neste processo.”

A interação da China e da África não se limita à economia. Em 22 países africanos funcionam Institutos de Confúcio, que são considerados uns dos principais condutores do “poder brando” chinês.

Entretanto, milhares de estudantes receberam bolsas de estudos do governo chinês e estão estudando na China. Assim, passados alguns anos, as elites africanas poderão se comunicar livremente com parceiros chineses na língua de Mao Tse-tung.

Tudo isso sugere que o interesse de Pequim na África é estratégico, diz Evgueni Zaitsev:

“Eu creio que a China e os líderes chineses, que normalmente calculam seus passos para muitos anos, se propuseram um objetivo estratégico – o de estabelecimento de longo prazo no continente Africano. Ou seja, eles foram lá para ficar.”

Tal atividade da China no continente Africano preocupa os países do Ocidente, especialmente os Estados Unidos. No verão passado, a então chefe do Departamento de Estado Hillary Clinton fez uma uma tournée da África em larga escala. Num de seus discursos ela disse que os tempos em que estranhos vêm para África, beneficiam dela, mas não dão nada em troca, devem acabar. Ao mesmo tempo, Clinton criticou os países que “dão dinheiro à África sem se preocuparem com o que esses recursos venham parar às mãos de governantes autoritários."

A China não foi mencionada diretamente. Mas ninguém teve dúvidas quanto a quem Clinton tinha em mente. Especialmente porque Pequim realmente não presta atenção ao grau de democracia de seus parceiros estrangeiros, diz um pesquisador sênior do Instituto de África Vladimir Shubin:

“A China muitas vezes dá empréstimos sob condições muito favoráveis. Pequim não liga tais empréstimos e investimentos com quaisquer questões políticas. Por isso, países que são considerados quase foragidos no Ocidente, são bastante aceitáveis para a China.”

Poderíamos pensar que os receios quanto à expansão chinesa existem só no Ocidente. Como se os Estados Unidos e a Europa se sentissem desconfortáveis com o crescente poder da China, e a própria África não tivesse nada a ver com isso. No entanto, a atividade da China já começou a assustar também parte das elites africanas. Recentemente, o gerente geral do Banco Central da Nigéria Sanusi Lamido Sanusi publicou um artigo no jornal Financial Times, acusando Pequim de colonialismo. Segundo ele, os africanos continuam considerando a China um país em desenvolvimento e, portanto, confiam nela mais do que no Ocidente, embora já há muito tempo não existem razões para isso. Entretanto, os benefícios da parceria com a China são muitas vezes questionáveis. Por exemplo, a China realiza projetos de infraestrutura na África usando seus próprios cidadãos, e não a população local. Assim, para os africanos não são criados novos empregos.

Artiom Kobzev

fonte China, Africa, colonização

sábado, 4 de maio de 2013

A raça humana surgimento e sua expansão

A origem Africana recente dos humanos modernos, muitas vezes chamada de teoria “fora da África”, é o modelo mais amplamente aceito que descreve a origem geográfica e a migração precoce de humanos anatomicamente modernos.

Expansão Humana na Terra 1

A teoria é chamada de (recente) modelo fora-da-África na imprensa popular, e academicamente a hipótese recente single-origem (RSOH), hipótese de substituição, e origem africana recente modelo (RAO). A hipótese de que os seres humanos têm uma única origem (monogênese) foi publicado por Charles Darwin em (1871). O conceito era especulativo, até a década de 1980, quando foi comprovado por um estudo do DNA mitocondrial de hoje, combinada com evidências baseadas em antropologia física de espécimes antiga.

Huxley_-_Mans_Place_in_Nature 

Huxley Evidências  (1863): a imagem compara os esqueletos de macacos com humanos.

Estudos genéticos e evidências fósseis mostram que o Homo sapiens arcaico evoluíram para seres humanos anatomicamente modernos unicamente na África, entre 200.000 e 150.000 anos atrás, os membros de um ramo de Homo sapiens deixaram a África por entre 125.000 e 60.000 anos atrás, e que ao longo tempo esses humanos substituíram populações anteriores humanos, como os Neandertais e Homo Erectus. A data da primeira migração bem-sucedida “fora da África” (migrantes com descendentes vivos) tem sido geralmente colocada em 60.000 anos atrás, sugerido pela genética, embora a migração para fora do continente possa ter ocorrido já em 125 mil anos atrás, de acordo com a arqueologia encontro de ferramentas na região da Arábia. Em2013 informações acadêmicas informou que uma linhagem anteriormente desconhecida foram encontrada, o que empurrou o estimado Y-MRCA de volta há 338 mil anos atrás.

texto baseada nas fontes da Wikipédia

A raça humana surgimento e sua expansão

A origem Africana recente dos humanos modernos, muitas vezes chamada de teoria “fora da África”, é o modelo mais amplamente aceito que descreve a origem geográfica e a migração precoce de humanos anatomicamente modernos.

Expansão Humana na Terra 1

A teoria é chamada de (recente) modelo fora-da-África na imprensa popular, e academicamente a hipótese recente single-origem (RSOH), hipótese de substituição, e origem africana recente modelo (RAO). A hipótese de que os seres humanos têm uma única origem (monogênese) foi publicado por Charles Darwin em (1871). O conceito era especulativo, até a década de 1980, quando foi comprovado por um estudo do DNA mitocondrial de hoje, combinada com evidências baseadas em antropologia física de espécimes antiga.

Huxley_-_Mans_Place_in_Nature 

Huxley Evidências  (1863): a imagem compara os esqueletos de macacos com humanos.

Estudos genéticos e evidências fósseis mostram que o Homo sapiens arcaico evoluíram para seres humanos anatomicamente modernos unicamente na África, entre 200.000 e 150.000 anos atrás, os membros de um ramo de Homo sapiens deixaram a África por entre 125.000 e 60.000 anos atrás, e que ao longo tempo esses humanos substituíram populações anteriores humanos, como os Neandertais e Homo Erectus. A data da primeira migração bem-sucedida “fora da África” (migrantes com descendentes vivos) tem sido geralmente colocada em 60.000 anos atrás, sugerido pela genética, embora a migração para fora do continente possa ter ocorrido já em 125 mil anos atrás, de acordo com a arqueologia encontro de ferramentas na região da Arábia. Em2013 informações acadêmicas informou que uma linhagem anteriormente desconhecida foram encontrada, o que empurrou o estimado Y-MRCA de volta há 338 mil anos atrás.

texto baseada nas fontes da Wikipédia

Guerras e conflitos, causadas pela Partilha da África

Um dos argumentos usados, como demonstração de inferioridade são as guerras e conflitos africanos. Além dos interesses até hoje de companhias e países pelas riquezas naturais e agora pelo mercado consumidor, estimulando as divergências há as divisões de etnias em vários estados e nações.

“Eles não se entendem”, “Vivem brigando entre si”; são frases para definir a falta de união, na África e nos locais da Diáspora Africana. Misturar pessoas de etnias diferentes, inimigos nos seus locais de origem, com diferentes linguas e dialetos, forjar uma política de inferioridade, foram o instrumento usado pelos colonialistas e neo-colonialistas para dividir e se impor.

Uma análise da divisão entre as  potências européias, ocorrida na Partilha da África, mostra um dos fatores dessa herança.

 

“O legado violento das Fronteiras Arbitrárias da África

  Mesmo os que não ouviram o termo “Partilha da África”, a maioria das pessoas sabem que algo deu errado quando o continente foi dividido em estados-nações pelas potências coloniais europeias.

 

Africa-Ethnic-Borders 1a

Alguns economistas, no entanto, examinaram o momento da natureza destrutiva das fronteiras nacionais da África. Os autores Stelios Michalopoulos e Elias Papaioannou lançaram um novo documento que mostra como as decisões de fronteiras arbitrárias afetaram guerra e distúrbios civis na África, particularmente entre grupos étnicos divididos e seus vizinhos. Não surpreende que a duração de um conflito e sua taxa de acidentes é 25 por cento maiores em áreas onde uma etnia é dividida por uma fronteira nacional, em oposição às áreas onde etnias têm uma pátria unida. Exemplos de grupos (divididos e em conflito) são os Maasai do Quênia e da Tanzânia, e o Anyi de Gana e Costa do Marfim. A taxa de conflito também é maiores para pessoas que vivem em áreas pontos quentes próximas às divisões étnicas.

Africa-Fronteiras Étnicas 2a

Aqui está o resumo:

Examinamos as consequências de longo prazo da partilha da África entre as potências europeias no final do século 19 e descobrimos as seguintes regularidades empíricas. Primeiro, usando as informações sobre a distribuição espacial das etnias africanas antes da colonização, vamos mostrar que as fronteiras foram arbitrariamente desenhadas. Além da massa de terra e área de água da pátria histórica de uma etnia, há outras características geográficas, ecológicas, históricas e específicas étnica prever quais grupos étnicos têm sido divididos pela fronteira nacional.

Em segundo lugar, usando os dados sobre a localização dos conflitos civis após a independência, vamos mostrar que os grupos étnicos dividido sofreram significativamente mais guerras, além disso, etnias divididas sofreram guerras civis mais longas e mais devastadoras. Em terceiro lugar, identificar os efeitos consideráveis; espalha-se o conflito civil da pátria das etnias dividida para as regiões étnicas vizinhas. Esses resultados são completos um rico conjunto de controles em um nível alto e a inclusão de efeitos fixos dos países e os efeitos fixos étnico-familiares. A evidência descoberta identifica, assim, um impacto causador considerável da disputa guerreira pela África.

  Africa Fonteiras Étnicas Comparação

Usando um mapa étnico de 1959 mapa das origens etno-linguístico de George Peter Murdock , os autores estudaram conflitos africanos de 1.970 á 2.005 (o "período pós-independência") e descobriram que os “conflitos civis” estão concentrados na pátria histórica de etnias divididas". O poderes coloniais tiveram atenção apenas para o tamanho e água - tudo o que define um Estado-nação como a conhecemos foi desconsiderada. Em suma, as fronteiras arbitrárias de um continente inteiro ter causado o derramamento de sangue e sofrimento indizível que poderia ter sido evitado. Os autores concluem:

 

As diferenças detectadas na probabilidade de guerra civil entre grupos divididos e não divididos torna-se mais dramática quando vistos à luz do fato de que estes dois grupos de etnias eram socialmente, culturalmente e economicamente muito semelhante na véspera da colonização e no momento da independência africana.”

AZURE GILMAN          12/01/2011

Fonte .freakonomics

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A batalha de Adwa vitória etíope sobre os italianos

A batalha de Adwa, pintura de um artista etíope desconhecido.

A representação do orgulho etíope contra o colonialismo europeu.

A pintura do Museu

Esta pintura mostra uma cena da batalha de Adwa, travada entre a Etiópia e a Itália, em 02 de março de 1896. Está no Museu Britânico, há diversas pinturas etíopes retratando essa vitória onde as tropas italianas foram completamente derrotadas pelos soldados etíopes. Um marco da resistência africana.

Com a decisão das potências europeias na Conferência de Berlim realizada entre Novembro de 1884 e fevereiro de 1885, com objetivo organizar, na forma de regras, a ocupação de África pelas potências coloniais e resultou numa divisão que não respeitou, nem a história, nem as relações étnicas e mesmo familiares dos povos do continente africano.

Mostra o imperador Menelik II liderando os exércitos etíopes a vitória sobre uma grande força italiano colonial. O Imperador é mostrado no canto superior esquerdo da pintura, usando uma coroa real, sentado debaixo de um guarda-chuva real. Sua esposa Imperatriz Taytu é mostrada no canto inferior esquerdo a cavalo carregando um revólver, bem no meio da batalha, e exortando as tropas etíopes para a vitória. No centro da pintura, em um cavalo marrom, é o comandante das forças etíopes, Fitawrari Gabayyahu.

Acima de cena da batalha de São Jorge, o santo padroeiro da Etiópia, é mostrado em um halo de vermelho, amarelo e verde. Ele está intimamente associado com a família imperial e suas forças militares e é visto aqui ajudando os etíopes para a vitória. Três de suas lanceiros caíram nas linhas italianas e um general italiano é visto fugindo a cavalo.

A convenção de pintura etíope é indicar as forças do bem e do mal, mostrando o lado bom com o rosto cheio e os maus no seu perfil. Aqui, o artista mostrou as tropas etíopes na cara cheia, enquanto os soldados italianos são mostrados de lado, muitas vezes apenas as cabeças e armas.

A vitória em Adwa foi amplamente divulgada, reforçando a imagem da Etiópia como defensor da independência Africana. Tornou-se a fonte de orgulho e inspiração para os africanos em todo o mundo. Hoje os etíopes comemoram esta vitória histórica, com um feriado nacional no dia 2 de março, aniversário da batalha.

CJ Spring, braços africanos e armadura (Londres, The British Museum Press, 1993)

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O neocolonialismo e a partilha da África

A ocupação territorial, a exploração econômica e o domínio político do continente africano têm início no século XV e estende-se até o século XX. No século XIX, após a Revolução Industrial, outras potências europeias, além de Portugal e Espanha, iniciam um nova corrida colonial: Reino Unido, Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos, Japão, Rússia e Itália.

africa antes e depois dos europeus

O objetivo era encontrar matérias – primas para abastecer suas economias, mão – de – obra barata e novas regiões para investir o capital excedente, construindo ferrovias ou explorando minas. Havia ainda o crescimento acelerado da população europeia e a consequente necessidade de novas terras para se estabelecer. No plano político ter colônias significava ter prestígio.

Entre os missionários havia quem considerasse um dever dos europeus difundir sua cultura e civilização entre os povos gentios, verdadeiros selvagens sem alma. Na verdade, as ações dos evangelizados preparavam o terreno para o avanço do imperialismo no mundo afro-asiático.

O movimento intelectual e científico teve um papel determinante nesse processo, pois desenvolveram - se teorias racistas,a partir, a partir das teorias evolucionistas de Darwin, que afirmavam a superioridade da raça branca.

A competição entre as metrópoles na disputa por novos mercados e os conflitos gerados pelos interesses colonialistas criam tensões e instabilidades que determinam a partilha da África e desembocam a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918).

Domínio colonial da África 1914

A Conferência de Berlim (1884/85). Realizada em Bruxelas, na Bélgica, oficializa a divisão; a Europa fica com o domínio de 90% das terras africanas até 1914, assim distribuídas:

França

Tunísia, Argélia, Marrocos, parte do Saara, Senegal, Guiné, Costa do Marfim, Daomé (atual Benin), Gabão, Mali, Congo, Níger, Chade, Madagáscar (trocada com o Reino Unido por Zanzibar, atual Tanzânia) e Dijbuti.

Reino Unido

Egito, Gâmbia, Serra Leoa, Costa do Ouro (atual Gana), Nigéria, Rodésia (atuais Zâmbia e Zimbabwe), Quênia, Somália, Maurício, Uganda, Zanzibar (atual Tanzânia), Nassalândia (atual Malaw), União Sul-Africana, incluindo a antiga Colônia do Cabo e as ex –repúblicas Bôeres de Natal, Orange e Transvaal, África do Sul, a atual Botswana, Basutolândia (atual Lesoto) e Suazilândia.

Alemanha

Togo, Camarões, Tanganica, Ruanda, Burundi e Namíbia.

Itália

Eritréia, Somália e o litoral da Líbia.

Portugal e Espanha mantêm as antigas colônias, conquistadas no período da expansão marítima. A Espanha fica com parte do Marrocos, Ilhas Canárias, Ceuta, Saara Ocidental e Guiné – Equatorial. Portugal continua em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné – Bissau e Moçambique.

As terras africanas assim ocupadas passam a demonstrar grande resistência após a partilha mas acabam sendo vencidas pela grande capacidade de manipulação europeia. A ocidentalização do mundo africano arrasa suas estruturas tradicionais, deixando um rastro de miséria e, acima de tudo, a perda da identidade cultural da raça.

Fonte: www.ihu.unisinos.br

Neocolonialismo

 

Nos séculos XV ao XVII houve a expansão colonial causada pela era das navegações. Entre 1880 e 1914, as nações europeias começaram a expandir seu poder industrial dividindo entre si a maior parte das terras do planeta (sim… isso é extremamente sem noção, pois já existiam pessoas morando nessas áreas). Essa expansão industrial deu espaço para surgir uma nova forma de exploração conhecida como Imperialismo ou Neocolonialismo.

 

Charges

Esse nome de “NEO” significa que era uma nova roupagem para o colonialismo, inaugurada na época das grandes navegações. No primeiro colonialismo, o objetivo era buscar ouro e prata para os cofres reais das metrópoles, já o neocolonialismo era motivado pelo capitalismo industrial e financeiro. Esse crescimento fez com que pequenas empresas fechassem, e as grandes enfrentassem problemas de falta de compradores para seus produtos e de matérias primas, a solução para isso era dominar novos territórios, procurando unificar a economia.

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Charge mostrando o imperador alemão brigando com a rainha da
Grã-Bretanha pelos territórios por ela conquistados.

Já o termo imperialismo, designa justamente essa política de dominação do governo de um país sobre o outro. Essa dominação, pode ocorrer de duas formas, a primeira é a dominação territorial, quando um país ocupa o outro por meio de intervenção militar. Já a outra forma, é a dominação econômica, onde um país interfere na vida econômica do país dominado. Legal destacar que esse segundo, é a forma mais desejada pelos países imperialistas e que para justificar essa divisão do mundo pelos países ricos, é obvio que existiram justificativas furadas:

Fatores econômicos

Como as empresas estavam esmagando umas as outras nos países industrializados, a solução foi buscar mercados consumidores nos países não industrializados. Além disso, buscavam nesses países fontes de energia para as linhas de montagem das empresas. Como era o caso do carvão e do petróleo.

Fatores políticos

O governo usava o imperialismo para aumentar o orgulho dos cidadãos pela nação. O cidadão ficava orgulhoso de fazer parte da nação que estava progredindo frente as demais nações. Algo… sem noção também…

Fatores culturais

Mais sem noção ainda era a justificativa que o homem branco estava em uma missão civilizadora que levaria aos povos “atrasados” as ciências e as indústrias. Desse sentimento de superioridade, obviamente vinha junto um sentimento de racismo sobre os povos dominados.

O colonizador sentia-se a vontade de trabalhar da maneira que quisesse sobre a população dos locais dominados, motivo pelo qual eles sentiam-se tranquilos em usar e violência para obrigar os colonos a cooperarem com a dominação do território. Uma boa estratégia era utilizar inimigos das lideranças locais para administrar os territórios conquistados desde que eles os ajudassem de alguma forma na conquista do território. O principal império colonial existente na época era o Britânico, obviamente, teremos outras nações que vão querer arranjar, à força, uma parcela da África para si, tal como o império francês. Mas teremos alguns exemplos de colonialismo que são desdobramentos da primeira época colonial, tal como Portugal e a Espanha, mas França e o Reino Unido eram donas das maiores porções e terras na África.

Abaixo segue uma breve explicação dos principais casos de imperialismo que serão importantes para entender a Primeira Guerra Mundial:

Grã-Bretanha

Antes de 1870 a Inglaterra já tinha concessões coloniais na América, na Ásia e na África. Depois disso foi fácil dominar outros territórios. A Grã-Bretanha dominava territórios como a Austrália, Nova Zelândia, O Egito, o Sudão, África do Sul, China e Índia. Em todas essas colônias eles dominavam a produção econômica a força, sempre protegidos pelo seu exército. Se já existia alguma forma de produção industrial eles procuravam derrubar, como foi o caso da Índia que era uma grande produtora de tecidos que teve que parar de produzir para ceder lugar às máquinas têxteis inglesas.

França

Era o segundo maior império colonial. Ela começou dominando a Argélia, o Norte da África e com o passar do tempo dominou quase todo o noroeste do continente africano e a Indochina (atual Vietnã). A única diferença dela para as demais nações é que procurava administrar diretamente suas colônias, tentando assimilar os colonizados, por isso ensinava a língua e os costumes para eles.

Alemanha

A Alemanha era um aglomerado de reinos independentes que se unificaram muito tarde. Somente em 1879 nasceu a Alemanha e por isso entrou tarde na disputa do Neocolonialismo pegando poucos territórios na África. Apesar de chegar tarde o ritmo de crescimento da Alemanha era assustador, preocupando muito a França e a Grã-Bretanha.

Itália

Por fim, a Itália segue o mesmo quadro da Alemanha. O problema é que não estava tão bem em ritmo de crescimento nem de territórios. Ela chegou muito tarde dominando apenas o litoral da Líbia, Eritréia e Somália.

Fonte: www.jurassico.com.br

terça-feira, 5 de março de 2013

O maior explorador da África

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Abubakari II abandonou seu reino para buscar o conhecimento

Partiu com uma flotilha de 2000 barcos

Desembarcou em Pernambuco – Recife? 

Um imperador africano que governou Mali no século 14 descobriu a América cerca de 200 anos antes de Cristóvão Colombo, de acordo com um livro a ser lançado este mês.

Abubakari II governou Mali o que foi sem dúvida o maior império mais rico e na terra que ocupava quase toda a África Ocidental.

Uma historia eurocentrista a ser desmistificada

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Nosso objetivo é trazer para fora partes ocultas da história

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Khadidjah Dire

Segundo um estudioso do Mali, Gaoussou Diawara em seu livro, "A Saga de Abubakari II ... ele saiu com 2.000 barcos", o imperador deu todo o poder e ouro para buscar o conhecimento e descoberta.

Abubakari II cuja ambição era investigar o Oceano Atlântico.

Em 1311, ele entregou o trono para o seu irmão, Kankou Moussa, e partiu em uma expedição para o desconhecido.

Seu antecessor e tio, Soundjata Keita, já tinha fundado o império Mali e conquistou um bom trecho do deserto do Saara e as grandes florestas ao longo da costa Oeste Africano.

 

Campos do ouro

 

O livro também se concentra em um projeto de pesquisa que está sendo realizada em viagens de Mali seguindo o trajeto de Abubakari.

"Não estamos dizendo que Abubakari II foi o primeiro a cruzar o oceano", diz Tiemoko Konate, que lidera o projeto

"Há evidências de que os vikings estiveram na América muito antes dele, assim como os chineses", disse ele.

 

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A maioria dos Griots estão começando a divulgar segredos de Abubakari

Os pesquisadores afirmam que a frota de Abubakari de barcos, carregado com homens e mulheres, comida, gado e água potável, zarpou do que é hoje a costa da atual Gâmbia.

 

Eles estão reunindo evidências de que em 1312 Abubakari II desembarcou na costa do Brasil, no lugar hoje conhecido como Recife.

"Seu outro nome é Purnanbuco, (Pernambuco) que acreditamos que é uma distorção do nome da língua Mandé “Nome para os campos ricos de ouro”, que eram a grande parte da riqueza do Império Mali, segundo Boure Bambouk".

Outro pesquisador, Khadidjah Djiré, diz que encontrou relatos escritos de expedição Abubakari no Egito, em um livro escrito por Al Omari, no século 14.

"Nosso objetivo é trazer para fora partes ocultas da história", diz ela.

 

Os comerciantes negros

Konate diz que eles também estão examinando relatos de Colombo, ele disse que encontrou comerciantes negros presentes nas Américas quando lá chegou.

Citam análises químicas das pontas de lanças que Colombo encontrou (ferro misturado com ouro) nas Américas, que mostram que o ouro provavelmente veio da África Ocidental.

 

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Mali foi um reino de ouro, mas a maioria das famílias vive na pobreza

Mas os estudiosos dizem que as melhores fontes de informação sobre Abubakari II são Griots - os historiadores originais em África.

Diawara diz que a complexidade da história de Abubakari II, é que os próprios Griots impuseram um compromisso de silêncio sobre a história.

"Os Griots avaliavam sua abdicação do trono um ato vergonhoso, não é digno de louvor," segundo. Diawara.

"Por essa razão, eles se recusaram a cantar louvores ou falar deste grande homem Africano."

Diawara diz que os griots da África Ocidental, como os “Sadio Diabate”, estão lentamente começando a divulgar os segredos sobre Abubakari II.

Historiadores acadêmicos e a história oral

Mas a equipe de pesquisadores diz um desafio ainda maior é convencer os historiadores acadêmicos que a história oral pode ser tão precisa como registros escritos.

Diawara acredita que a Saga de Abubakari tem uma importante lição de moral para os líderes dos pequenos Estados Nações da África Ocidental, que já foram parte do grande império de língua mandinga.

"Veja o que está acontecendo em todos os fragmentos do que foi o império Mali, na Costa do Marfim, Serra Leoa, Libéria e Guiné.

"Os políticos estão colocando seus países em banhos de sangue, ateando fogo apenas para que eles possam se agarram ao poder", diz Diawara.

"Eles deveriam ver o exemplo de Abubakari II. Ele era um homem muito mais poderoso do que qualquer um deles. E estava disposto a desistir de tudo em nome da ciência e da descoberta."

"Isso deveria ser uma lição para todos em África hoje", conclui o Sr. Diawara.

Por Joan Baxter no Mali

Artigo publicado em 13 de dezembro de 2000

Fonte:http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/1068950.stm

versão Hugo Ferreira